David Cage: "Jogos estão muito longe dos filmes"

David Cage esteve à conversa com a revista Play e voltou a mostrar a sua dedicação a experiências mais evoluídas e maduras na indústria dos videojogos.

Para Cage, que recentemente nos serviu Beyond: Two Souls, os videojogos ainda estão muito distantes dos filmes e que ainda falta muito tempo para lá chegarem.

"Para mim não temos nada nos jogos que chegue sequer perto de um bom filme em termos de narrativa ou caracterização. Os jogos focam-se em temas simples e têm como alvo uma audiência jovem. Podiam ter mais significado."

"Podiam ter o poder para tocar uma audiência maior. Mas seriam precisos novos paradigmas, uma mudança para dar privilégio ao significado sobre a ação. De longe os videojogos são o meio mais fascinante que a humanidade alguma vez criou."

Para Cage os videojogos têm o poder para nos fazer pensar de formas que os filmes e livros ainda não alcançaram mas acredita que existem jogos para todos, jogos para diferentes pessoas com diferentes expectativas.

"Tento explorar mais. Acredito que poderias criar uma experiência única criando uma peça de Shakespeare interativa." Será este o seu próximo projeto?

Fonte: Eurogamer

Quanto ao que ele falou do enredo dos jogos, isso é muito variável, mesmo porque enredo não é algo obrigatório nos games.

Quanto a popularidade é complicado, temos uma bela geração pra frente que tem preconceito contra jogos, Tudo que Globo e Record quanto tocam no assunto, ficam repetindo sempre a mesma coisa: (melhoram o pensamento mas os pais tem que ficar de olho na criançada para elas não ficarem "viciadas"). Os poucos que experimentam, ficam em jogos casuais, sem experimentar grandes obras, assim realmente complica para que vídeo games sejam tão influentes na sociedade quanto filmes são.

Isso é verdade, as histórias em jogos andam ruins mesmo e mais ainda pro caso dos jogos dele.

Sobre isso de história em jogos, nem vejo muito porque comparar com filmes. Jogos não deviam querer ser filmes, mas buscar algo que faça a mídia se diferenciar das outras.

Filmes não tentam ser igual livros, porque eles tem noção que é diferente, funciona de forma diferente, e ao invés de ficar choramingando por não ser igual ao outro como o David Cage faz, eles buscam coisas que evoluem a mídia deles e criam formas de contar uma história que só eles podem fazer. Isso os jogos tem, se chama gameplay, que em si é um meio diferenciado que pode ser um meio de contar uma história muito forte. Existem muitos jogos que fizeram isso muito bem, se tornaram clássicos e teve até estudos emcima até e que estão níveis bem acima do que muita coisa da Quantic Dream.

Enfim, Acho que ele está certo que temos de melhorar mas está buscando a solução no lugar errado. Espero o dia que caras como ele parem com esse complexo de inferioridade e entendam que jogos são uma coisa, filmes são outra e parem desvalorizar a mídia de que eles vieram e os pontos mais fortes dela.

Sei lá... acho que ninguem vai concordar comigo aqui, mas quando eu quero uma boa história eu pego um filme ou uma série pra ver, jogo o que eu quero é me divertir passando o tempo, eu cago pra enredo de jogos, a não ser que seja um The Last of Us da vida, que por sinal, eu nem joguei.

Acho a história importante pra ambientação do jogo, God of War por exemplo, que usa a Mitologia Grega como base, mas a complexidade do enredo em si não é o que me prende a um jogo, acho chato demais jogo que perde o foco na ação e jogabilidade pra começar querer imitar filmes.

Mas um bom jogo precisa ter uma boa jogabilidade, uma que te desafie, que lhe dê prazer, não um amontoado de quick time events que chamam de gameplay. Vejam, GOW tem QTEs, mas mesmo assim existe muita sessão de gameplay convencional muito grande. Se o jogo tiver uma tremenda história mas toda essa preocupação com o "jogável", aí sim vi vantagem.